“我们和你们”丛书按照一国一品的概念,以小故事揭示大历史,讲述中国和相关国家传统和现在的友谊与合作。该丛书旨在密切中国和有关国家的人文联系,推动新形势下中国周边外交和公共外交的进程,尤其是配合“一带一路”倡议的实施。
巴西是南美洲第一大国,领土面积世界第五,为世界第七大经济体,还是二十国集团成员、金砖国家之一。巴西是世界上第一个同中国建立战略伙伴关系的国家,是同中国建立全面战略伙伴关系的拉美国家。自2009年以来,中国连续十年保持巴第一大贸易伙伴和第一大出口目的地国地位。2018年,双边贸易更是达到了超千亿美元的规模。与此同时,中国也已经成为巴西主要的外资来源国之一,中国企业为巴西经济社会的发展发挥着越来越重要的作用。目前,两国正积极研究推动“一带一路”合作倡议同巴“投资伙伴计划”对接。
本书的20多位作者都具有很强的代表性,既有多年驻外工作的资深外交官,他们近距离地见证了中巴双边关系的重要时刻;也有心怀赤子之心的巴西华侨,他们通过脚步丈量寻找数百年来华侨华人在巴西留下的印记;也有中巴合作的多位业界精英,他们努力地推进两国之间互惠共享的伙伴关系;还有两国人文交流的积极践行者,他们始终在推动两国人民之间的沟通与友谊。他们讲述的故事让我们对于中巴两国关系的认知更为全面和深刻。
O Brasil é o maior país da América do Sul, o quinto maior do mundo em área territorial, a sétima maior economia do mundo, país membro do G20 (Grupo dos Vinte) e país membro do grupo BRICS. O Brasil é o primeiro país do mundo a estabelecer uma parceria estratégica com a China e também é o primeiro país da América Latina a estabelecer uma parceria estratégica global com a China. Desde 2009, a China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil e ocupa o primeiro lugar como país destinatário das exportações brasileiras por dez anos consecutivos. Em 2018, o comércio bilateral atingiu uma escala de mais de 100 bilhões de dólares. Ao mesmo tempo, a China também se tornou um dos principais países fornecedores do Brasil, e as empresas chinesas têm desempenhado um papel cada vez mais importante no desenvolvimento econômico e social do Brasil. Atualmente, os dois países estão estudando e promovendo ativamente a integração da iniciativa “Cinturão e Rota” com o “Programa de Parcerias de Investimento” do Brasil.
Os mais de 20 autores deste livro são altamente representativos. Eles são diplomatas graduados que trabalham ou trabalharam no exterior há muitos anos e testemunharam de perto momentos importantes nas relações bilaterais Brasil-China; são chineses residents no Brasil que têm o coração mais caloroso, que trabalham para encontrar as pegadas deixadas pelos antigos chineses no Brasil por centenas de anos, passo a passo; também são famosos empresários do setor industrial trabalhando com o Brasil e a China, que estão trabalhando duro para promover parcerias mutuamente benéficas entre os dois países. e são personalidades com práticas ativas de trocas culturais entre os dois países, que vêm promovendo intercâmbios e amizade entre os dois povos. As histórias contadas por eles aprofundaram a nossa compreensão sobre as relações Brasil-China.
Eu e a China
Luís Antonio Paulino
Muitas pessoas perguntam como surgiu essa minha paixão pela China. Afinal, que laços um descendente de italianos que migraram para o Brasil no início do século passado poderia ter com a China? Seria eu um parente distante de Marco Polo? Com certeza não. Em minha infância ou adolescência não tive contato a cultura chinesa. Por que então, já na idade adulta me apaixonei por um país tão distante e com uma cultura tão diferente da nossa? É a história que vou contar.
Vasculhei minha memória para encontrar o primeiro momento em que passei a me interessar pela China. Revirei minha biblioteca para encontrar o primeiro livro sobre a China que adquiri e fui parar em 1979. Tinha então 24 anos. Foi nesse ano que uma editora brasileira publicou as Obras Escolhidas de Mao Zedong em língua portuguesa. Foram esses os primeiros livros chineses com que tive contato. Alguns artigos e discursos de Mao Zedong li tantas vezes que quase os sei de memória. Até hoje, de tempos em tempos, eu os leio novamente e sempre descubro algo novo nos escritos desse admirável líder chinês. A Revolução Chinesa, com sua Longa Marcha, sempre me pareceu uma verdadeira epopeia, à altura dos grandes feitos que, por sua ousadia e grandeza, têm a capacidade de mudar os rumos da história humana.
Mas foi bem mais tarde que tive a oportunidade de ter o meu primeiro contato pessoal com esse fantástico país que é a China. Isso foi em 2004. Em 2003, foi eleito presidente do Brasil o Sr. Luiz Ignácio Lula da Silva. Meu amigo Aldo Rebelo, à época eleito deputado federal pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi convidado a ser o Líder do Governo na Câmara dos Deputados e convidou-me para trabalhar com ele. Aceitei o convite e mudei- me de São Paulo para Brasília. No início de 2004, Aldo Rebelo foi convidado pelo presidente da República para assumir o Ministério da Coordenação Política e Assuntos Institucionais e convidou-me novamente para colaborar com ele no novo posto. Assumi inicialmente a função de chefe de gabinete do ministério e, algum tempo depois, a função de secretário-executivo, função equivalente à de vice-ministro. Foi nesse ponto que iniciaram meus primeiros contatos com a China.
Em maio de 2004, o presidente Lula fez sua primeira visita oficial à China. Durante a visita, Brasil e China assinaram vários acordos de cooperação. Dois meses depois, visitei a China com o Ministro Aldo Rebello, a fim de continuar negociando algumas das iniciativas feitas durante a visita do presidente à China, dois meses antes. Chegamos a Beijing no dia 24 de julho de 2004. Durante nossa estadia em Beijing, ficamos hospedados no Diaoyutai State Guesthouse, no distrito de Haidian. A recepção que tivemos por parte das autoridades chinesas nesta nossa primeira visita à China foi tão magnífica que pudemos compreender, quase instantaneamente, o real significado de uma civilização de quase 5.000 anos.
Durante nossa estadia em Beijing visitamos diversos ministérios e realizamos diversas reuniões com empresas e bancos para discutir assuntos relacionados com novos investimentos chineses no Brasil. Nesta estadia em Beijing, dois momentos foram particularmente marcantes para mim: a visita ao Mausoléu do Presidente Mao, na Praça da Paz Celestial, e a visita à recém- inaugurada nova sede do Partido Comunista da China. Fomos informados que éramos a primeira delegação estrangeira a ser recebida naquele novo edifício, o que nos deixou muito honrados.
Encerrados nossos encontros oficiais em Beijing viajamos para Xi’an e Shanghai. Se a visita a Beijing já havia sido tão impactante para nós, as visitas a Xi’an e Shanghai nos permitiram compreender a maravilhosa fusão que se dá na China entre a tradição e a modernidade. É como se a força, a tradição e a riqueza de uma civilização milenar, que tão grandes contribuições já deu à evolução da humanidade, ao fundir-se com a enorme energia transformadora do presente, projetasse um futuro tão grandioso, que nem mesmo a mais fértil imaginação é capaz de vislumbrar.
Retornando ao Brasil, já me vi, no mesmo ano, novamente envolvido com a China. Foi anunciado que, em novembro de 2004, o Presidente Hu Jintao visitaria o Brasil. Na programação da visita estava um pronunciamento no Congresso Nacional Brasileiro. Como o Ministério da Coordenação Política fazia a ligação entre o governo e o Congresso Nacional, estivemos bastante envolvidos nos preparativos da visita, que foi um grande sucesso.
Em 2005, retornei para São Paulo. Em março de 2006, ingressei como professor na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Como parte do processo de admissão para a universidade era preciso apresentar um projeto de pesquisa. O projeto que apresentei se chamava “O Brasil e os BRICS. Estratégias de desenvolvimento e inserção competitiva na economia mundial. Estudo comparado entre Brasil, Rússia, Índia e China”. Desde então, todos os projetos de pesquisa que tenho realizado na universidade têm a China e o Brasil e a relação entre ambos como temas principais.
Ao final de 2007, tomei conhecimento da criação do Instituto Confúcio e da possibilidade de criarmos o primeiro Instituto Confúcio no Brasil. Um amigo chinês que conheci em São Paulo, por intermédio do diretor de relações internacionais de uma grande empreiteira brasileira que tinha negócios na China, apresentou-me a Universidade de Hubei. Juntos preparamos o projeto e o apresentamos à Embaixada da República Popular da China no Brasil. Como a primeira tentativa de apresentar o projeto à embaixada chinesa não foi bem-sucedida, pedi ao meu amigo Aldo Rebelo que conversasse com o Embaixador Chen Duqing sobre o assunto. O embaixador nos convidou para um jantar em sua casa em Brasília. Fomos a Brasília eu e o então reitor da Unesp, professor Marcos Macari. No jantar, do qual participaram além de mim e o reitor, também o ministro Aldo Rebelo, apresentamos a ideia de criar o Instituto Confúcio na Unesp ao embaixador Chen Duqing, que se prontificou a tratar do assunto com a matriz do Instituto Confúcio na China. Algumas semanas depois fomos informados que o nosso projeto tinha sido aprovado e iniciamos o processo de instalação do Instituto Confúcio na Unesp, que foi inaugurado no dia 26 de novembro de 2008.
Fui nomeado diretor do Instituto Confúcio na Unesp. Isso deu-me a oportunidade de aprofundar ainda mais meus contatos com a China, uma vez que passei a visitar esse fantástico país regularmente. Como, em 2013, também fui convidado pela diretora-geral do Instituto Confúcio, Sra. Xu Lin, a fazer parte do Conselho da Matriz do Instituto Confúcio em Beijing, passei a ir à China pelo menos duas vezes ao ano. Desde a minha primeira à China, em 2004, já tive oportunidade de voltar à China mais de 20 vezes, para reuniões, seminários, conferências acadêmicas e lançamento de livros. Em quase todas as vezes que vou à China, passo por Wuhan, onde fica nossa universidade parceira, a Universidade de Hubei, mas já tive oportunidade de visitar muitas províncias e cidades chinesas. A cada nova cidade da China que tenho o prazer de conhecer é como se descobrisse uma nova China, tal a riqueza e a diversidade cultural desse fantástico país. Certa vez, visitando o Museu da Revolução Nacionalista de 1911, em Wuhan, deparei-me com uma foto em que conversavam calmamente o último imperador da China, Pu Yi, e o soldado que deu o primeiro tiro na revolução que se iniciou em Wuhan, ambos já bem velhos. Na legenda da foto se informava que o encontro fora promovido por Sun Yat-sen. Aquela foto me fez pensar no modo singular como a China é capaz de resolver os seus problemas e suas contradições.
Prefácio/Aldo Rebelo
Prefácio/Yang Wanming
Capítulo I: Memórias
Luís Antonio Paulino: Eu e a China
Shen Yunao: A história da visita do presidente Figueiredo à China
Chen Duqing: Afetividade e admiração pelo Brasil
Chen Tairong e Liu Zhengqin: Lembrando os antepassados, estimulando as novas gerações e contribuindo para relatar a história dos chineses no exterior
Giorgio Sinedino: Quatorze dias, quatorze anos
Capítulo II: Personalidades
Carlos Tavares: Um jornalista brasileiro que ama a China
Shen Yunao: Advogado Pinto, que fez contribuições especiais à amizade entre Brasil e China
Huang Zhiliang: História sobre a escolha de Zhang Daqian para viver no Brasil
Tang Mingxin: Um capítulo de paz e amizade — Em memória do Sr. Santos, um amigo brasileiro que está associado à China há meio século
Zhou Zhiwei: Escolha por acaso de um praticante do intercâmbio acadêmico Brasil-China
Liu Jingyan: Adorável “Isaura”
Qiao Jianzhen: Eu e o Instituto Confúcio no Rio
Capítulo III: Cooperação
Luo Ge: Cooperação espacial Brasil-China — Modelo de cooperação Sul-Sul
Cai Hongxian: Nove anos de trabalhos duros no Brasil — A história de crescimento da State Grid Corporation no Brasil
Embraer S. A.: Anos magníficos — 19º aniversário da Embraer na China
Zhao Xuebing, Lü Huanan: Içando velas contra ondas e ventos — Cooperação científica e tecnológica entre a Universidade Tsinghua e a Universidade Federal do Rio de Janeiro
Yue Haiping: Depois de 18 anos, o Brasil é como a minha “casa”
Capítulo IV: Intercâmbios
Huang Zhiliang: O chá chinês nas relações entre China e Brasil
Evandro Menezes de Carvalho: Em busca das questões brasileiras sobre a China: Relato de uma experiência
Hu Xudong: Traduzir a poesia brasileira
José Medeiros da Silva: O Diálogo sino-brasileiro, registros de Vivências
Pós-escrito
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